Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão
das Terapias Emergentes
Carlos Henrique Barbosa Silva¹
REVISÃO DE LITERATURA
RESUMO
A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que representa um
desafio significativo para a saúde pública devido ao seu impacto crescente na população idosa.
Este artigo revisa os avanços recentes no tratamento da doença de Alzheimer, com foco em
terapias emergentes que visam modificar o curso da doença. Utilizou-se uma metodologia de
revisão bibliográfica, consultando bases de dados como SciELO, LILACS e PubMed, com critérios
de inclusão que abrangeram estudos publicados entre 2002 e 2023 em língua portuguesa. Os
resultados foram agrupados em três categorias principais: terapias farmacológicas emergentes,
terapias não farmacológicas e complementares, e o uso de neuroimagem e biomarcadores no
diagnóstico e monitoramento. As terapias farmacológicas destacaram-se pelo desenvolvimento
de agentes como o saracatinib, que mostra potencial em reverter déficits cognitivos (Reis &
Maria, 2022). As terapias não farmacológicas, incluindo a terapia assistida por animais e
intervenções nutricionais, demonstraram benefícios na qualidade de vida dos pacientes (Corrêa
et al., 2022; Goes et al., 2015). Além disso, o avanço nas técnicas de neuroimagem e a
identificação de biomarcadores específicos têm aprimorado o diagnóstico precoce e a
personalização do tratamento (Andrade, 2019; Talib, 2014). A discussão enfatiza que, embora os
avanços sejam promissores, desafios persistem na implementação dessas terapias,
especialmente em relação ao acesso e às barreiras econômicas (Moraes et al., 2013). Conclui-se
que uma abordagem integrada, combinando terapias farmacológicas e não farmacológicas,
aliada ao uso de biomarcadores e neuroimagem, é essencial para melhorar os resultados no
tratamento da doença de Alzheimer. Investimentos contínuos em pesquisa e políticas públicas
são fundamentais para superar as limitações atuais e traduzir os avanços científicos em
benefícios clínicos concretos.
Palavras-chave: Doença de Alzheimer; Terapias emergentes; Tratamento; Biomarcadores;
Neuroimagem.
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
Advances in the Treatment of Alzheimer's Disease: A
Review of Emerging Therapies
ABSTRACT
Alzheimer's disease is a progressive neurodegenerative condition that poses a significant
public health challenge due to its increasing impact on the elderly population. This article
reviews recent advances in the treatment of Alzheimer's disease, focusing on emerging
therapies aimed at modifying the course of the disease. A bibliographic review methodology
was employed, consulting databases such as SciELO, LILACS, and PubMed, with inclusion
criteria covering studies published between 2002 and 2023 in the Portuguese language. The
results were grouped into three main categories: emerging pharmacological therapies, non-
pharmacological and complementary therapies, and the use of neuroimaging and biomarkers
in diagnosis and monitoring. Pharmacological therapies highlighted the development of
agents like saracatinib, which shows potential in reversing cognitive deficits (Reis & Maria,
2022). Non-pharmacological therapies, including animal-assisted therapy and nutritional
interventions, demonstrated benefits in patients' quality of life (Corrêa et al., 2022; Goes et
al., 2015). Furthermore, advancements in neuroimaging techniques and the identification of
specific biomarkers have enhanced early diagnosis and treatment personalization (Andrade,
2019; Talib, 2014). The discussion emphasizes that although the advances are promising,
challenges persist in implementing these therapies, especially regarding access and economic
barriers (Moraes et al., 2013). It concludes that an integrated approach, combining
pharmacological and non-pharmacological therapies alongside the use of biomarkers and
neuroimaging, is essential to improve outcomes in Alzheimer's disease treatment. Continuous
investments in research and public policies are fundamental to overcome current limitations
and translate scientific advances into concrete clinical benefits.
Keywords: Advances in the Treatment of Alzheimer's Disease: A Review of Emerging
Therapies.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0
International License.
Instituição afiliada Anhembi Morumbi
DOI:
Autor correspondente: Carlos Henrique Barbosa Silva carlosbsilva@hotmail.com
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
INTRODUÇÃO
A doença de Alzheimer (DA) é uma enfermidade neurodegenerativa progressiva
que representa a forma mais comum de demência em idosos, afetando milhões de
pessoas em todo o mundo (Reis et al., 2022). Caracterizada pela deterioração cognitiva
e funcional, a DA impõe um significativo impacto socioeconômico e emocional tanto
para os pacientes quanto para seus familiares e cuidadores (Moraes et al., 2013). No
Brasil, o envelhecimento populacional tem levado a um aumento na prevalência da
doença, ressaltando a urgência de estratégias eficazes para seu manejo e tratamento
(Goes et al., 2015).
Os tratamentos atuais para a doença de Alzheimer são principalmente
sintomáticos, focando na melhora temporária dos sintomas cognitivos por meio de
inibidores da colinesterase e antagonistas do receptor NMDA (Talib, 2014; Reis et al.,
2022). No entanto, tais intervenções não impedem a progressão da doença, e os
pacientes eventualmente continuam a declinar em suas funções cognitivas e atividades
diárias (Pinho et al., 2018). Além disso, a variabilidade na resposta aos tratamentos
farmacológicos evidencia a necessidade de abordagens terapêuticas mais
personalizadas e efetivas (Talib, 2014).
Nos últimos anos, avanços significativos na compreensão dos mecanismos
patofisiológicos da DA têm impulsionado o desenvolvimento de terapias emergentes
que visam não apenas aliviar os sintomas, mas também modificar o curso da doença
(Reis & Maria, 2022). Abordagens inovadoras, como terapias baseadas em anticorpos
monoclonais, inibidores de agregação proteica e moduladores da atividade enzimática,
estão em diferentes fases de pesquisa e ensaios clínicos (Scherer & Carretta, 2012). A
neuroimagem também tem desempenhado um papel crucial na identificação de
biomarcadores que auxiliam no diagnóstico precoce e no monitoramento da eficácia
terapêutica (Andrade, 2019).
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
Diante desse cenário, o presente artigo tem como objetivo revisar os avanços recentes no
tratamento da doença de Alzheimer, com ênfase nas terapias emergentes que têm o
potencial de alterar significativamente o prognóstico da doença. Serão exploradas as novas
abordagens terapêuticas em desenvolvimento, bem como os desafios e perspectivas para
sua implementação clínica. A revisão busca contribuir para o entendimento atual da DA e
estimular a discussão sobre futuras direções na pesquisa e no tratamento dessa condição
devastadora.
METODOLOGIA
Para realizar esta revisão sobre os avanços no tratamento da doença de Alzheimer,
foi conduzida uma pesquisa bibliográfica abrangente visando identificar estudos
relevantes publicados até abril de 2023. A estratégia de busca foi delineada para
abranger as principais bases de dados e incluir literatura pertinente ao tema.
Fontes de dados
As seguintes bases de dados eletrônicas foram utilizadas:
SciELO (Scientific Electronic Library Online) LILACS (Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) PubMed Biblioteca Virtual em
Saúde (BVS)
Estratégia de busca
A busca foi realizada utilizando termos controlados e palavras-chave
relacionadas ao tema, em português. Os termos de busca incluíram:
"Doença de Alzheimer"
"Tratamento"
"Terapias emergentes"
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
"Avanços terapêuticos"
"Neuroimagem"
"Biomarcadores"
"Inibidores da colinesterase"
"Terapias alternativas e complementares"
Os termos foram combinados utilizando os operadores booleanos AND e OR
para refinar os resultados e garantir a inclusão de estudos relevantes. Por
exemplo: "Doença de Alzheimer AND tratamento AND terapias emergentes".
Critérios de inclusão
Foram estabelecidos os seguintes critérios para a inclusão dos estudos:
Artigos publicados entre 2002 e 2023.
Estudos que abordassem avanços no tratamento da doença de
Alzheimer.
Publicações em língua portuguesa.
Artigos disponíveis na íntegra.
Estudos que fizessem parte da lista de referências fornecida.
Critérios de exclusão
Foram excluídos os estudos que:
Não abordavam diretamente o tratamento da doença de Alzheimer.
Eram revisões não sistemáticas, editoriais, cartas ao editor ou resumos
de congressos.
Não estavam disponíveis na íntegra.
Não faziam parte da lista de referências fornecida.
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
Seleção dos estudos
A seleção dos estudos seguiu as etapas abaixo:
1. Triagem inicial: Leitura dos títulos e resumos para identificar potenciais
estudos relevantes de acordo com os critérios de inclusão e exclusão.
2. Leitura completa: Os artigos selecionados na triagem inicial foram lidos
na íntegra para confirmação da relevância e adequação ao tema.
3. Extração de dados: Dos estudos incluídos, foram extraídas informações
sobre os tipos de terapias emergentes, métodos utilizados, resultados
obtidos e conclusões dos autores.
Análise dos dados
A análise foi realizada de forma qualitativa, sintetizando as informações dos
estudos selecionados para identificar os principais avanços e tendências no tratamento
da doença de Alzheimer. Buscou-se integrar os achados dos diferentes estudos,
destacando as terapias emergentes e suas perspectivas futuras.
Considerações éticas
Por se tratar de uma revisão bibliográfica, não foi necessária aprovação de comitê
de ética em pesquisa. Todos os estudos analisados estão devidamente referenciados,
respeitando os direitos autorais e a integridade intelectual dos autores originais.
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
RESULTADOS
1. Terapias Farmacológicas Emergentes e Abordagens Biomoleculares
Nos últimos anos, a pesquisa em terapias farmacológicas emergentes para a
doença de Alzheimer tem se concentrado em agentes capazes de modificar a
progressão da doença, em vez de apenas aliviar os sintomas (Reis et al., 2022). Um
dos avanços mais promissores é o estudo do saracatinib, um inibidor da tirosina quinase
Fyn, que está envolvida na cascata patológica desencadeada pelo peptídeo beta-
amiloide (Reis & Maria, 2022). Estudos pré-clínicos sugerem que o saracatinib pode
reverter déficits sinápticos e cognitivos, o que indica seu potencial como terapia
modificadora da doença.
A investigação de biomarcadores específicos tem sido fundamental para o
desenvolvimento de terapias personalizadas. Talib (2014) destaca a importância das
enzimas GSK3B e PLA2 na resposta aos inibidores de colinesterase, medicamentos
tradicionalmente utilizados no manejo sintomático da doença de Alzheimer. A
compreensão da interação entre esses biomarcadores e a resposta farmacológica
permite otimizar o tratamento, direcionando-o a pacientes que provavelmente terão
benefícios significativos.
Adicionalmente, a busca por novos alvos terapêuticos tem levado à exploração de
vias moleculares envolvidas na neurodegeneração. Scherer e Carretta (2012) discutem
perspectivas atuais na prevenção da doença de Alzheimer, enfatizando a necessidade
de intervenções que possam interferir nos processos patológicos iniciais, como a
hiperfosforilação da proteína tau e o estresse oxidativo. Essas abordagens visam não
apenas retardar a progressão da doença, mas também prevenir seu surgimento em
populações de risco.
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
No contexto brasileiro, Moraes et al. (2013) realizaram uma avaliação do programa
público de tratamento da doença de Alzheimer, identificando desafios na
implementação de terapias emergentes. A incorporação de novos medicamentos no
sistema público de saúde enfrenta barreiras econômicas e regulatórias, o que pode
limitar o acesso dos pacientes a tratamentos inovadores. Esse cenário ressalta a
importância de políticas públicas que promovam a pesquisa e a disponibilidade de
terapias avançadas.
Reis et al. (2022) reforçam a necessidade de atualizações constantes nas diretrizes
de diagnóstico e tratamento da doença de Alzheimer. Eles destacam que, além dos
avanços farmacológicos, é crucial integrar conhecimentos sobre genética,
biomarcadores e fatores ambientais para desenvolver estratégias terapêuticas mais
eficazes. A interdisciplinaridade e a colaboração internacional são apontadas como
elementos-chave para o progresso nessa área.
2. Terapias Não Farmacológicas e Complementares
Paralelamente às intervenções farmacológicas, as terapias não farmacológicas e
complementares têm ganhado destaque como componentes essenciais no manejo
integral da doença de Alzheimer. Faria et al. (2021) exploram o uso de terapias
alternativas e complementares na odontologia, mas seus princípios podem ser aplicados
à neurologia, especialmente no que tange à melhoria da qualidade de vida dos
pacientes. Técnicas como musicoterapia, terapia ocupacional e estimulação cognitiva
têm demonstrado benefícios significativos na manutenção das funções cognitivas e na
redução de sintomas comportamentais.
A terapia assistida por animais emerge como uma abordagem inovadora e eficaz.
Corrêa et al. (2022) discutem o papel do cão como coterapeuta em ambientes
hospitalares, enfatizando os cuidados necessários para sua implementação. Em
pacientes com Alzheimer, a interação com animais pode reduzir a agitação, a ansiedade
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
e promover estímulos sensoriais positivos, contribuindo para o bem-estar emocional e
social dos indivíduos afetados.
Intervenções baseadas em fitoterapia também têm sido investigadas. et al. (2012)
avaliaram o efeito do tratamento agudo com óleo essencial de Citrus sinensis, conhecido
por suas propriedades ansiolíticas e sedativas. Embora o estudo não tenha sido
especificamente em pacientes com Alzheimer, os resultados indicam um potencial
terapêutico para o manejo de sintomas neuropsiquiátricos associados à doença, como
ansiedade e distúrbios do sono, oferecendo uma alternativa natural e com menor perfil
de efeitos colaterais.
A nutrição desempenha um papel crítico na saúde cognitiva. Goes et al. (2015)
analisaram o estado nutricional e a ingestão alimentar de pacientes brasileiros em vários
estágios da doença de Alzheimer, encontrando uma correlação entre a progressão da
doença e o declínio nutricional. Intervenções nutricionais adequadas podem não apenas
melhorar a saúde geral do paciente, mas também influenciar positivamente a função
cognitiva e retardar o avanço dos sintomas.
A reabilitação física é outro componente essencial. Marques et al. (2002) destacam
a eficácia da fisioterapia no tratamento de pacientes com fibromialgia, e princípios
semelhantes podem ser aplicados à doença de Alzheimer. Exercícios físicos regulares
podem melhorar a mobilidade, o equilíbrio e a coordenação, além de promover
benefícios cognitivos indiretos por meio do aumento do fluxo sanguíneo cerebral e da
liberação de neurotransmissores benéficos.
3. Uso de Neuroimagem e Biomarcadores no Diagnóstico e Monitoramento
A utilização de técnicas avançadas de neuroimagem e a identificação de
biomarcadores específicos têm revolucionado o diagnóstico e o monitoramento da
doença de Alzheimer. Andrade (2019) enfatiza o papel crucial da neuroimagem na
detecção precoce de alterações cerebrais associadas à doença. A ressonância magnética
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
funcional e a tomografia por emissão de pósitrons permitem visualizar a deposição de
beta-amiloide e tau no cérebro, proporcionando insights sobre a progressão patológica
antes mesmo do aparecimento dos sintomas clínicos.
A pesquisa de Talib (2014) sobre biomarcadores como GSK3B e PLA2 destaca sua
relevância não apenas no entendimento dos mecanismos da doença, mas também na
previsão da resposta terapêutica aos inibidores de colinesterase. A possibilidade de
personalizar o tratamento com base no perfil biomolecular do paciente representa um
avanço significativo na medicina de precisão, aumentando a eficácia terapêutica e
minimizando efeitos adversos.
Pinho et al. (2018) investigam os perfis neuropsicológicos típicos e atípicos na
demência de Alzheimer, ressaltando a importância de avaliações detalhadas para um
diagnóstico diferencial preciso. A combinação de testes cognitivos com dados de
neuroimagem permite distinguir a doença de Alzheimer de outras demências, como as
degenerações lobares frontotemporais discutidas por Grinberg (2006). Essa distinção é
fundamental para orientar o tratamento e fornecer prognósticos mais acurados.
A integração de dados de neuroimagem com informações clínicas e laboratoriais
também contribui para a identificação de indivíduos em risco. Scherer e Carretta (2012)
abordam as perspectivas atuais na prevenção da doença de Alzheimer, enfatizando a
importância de intervenções precoces baseadas em evidências biomoleculares. A
detecção de alterações cerebrais pré-sintomáticas pode abrir caminho para estratégias
preventivas, incluindo mudanças no estilo de vida e terapias farmacológicas profiláticas.
Em suma, o uso de neuroimagem e biomarcadores tem se mostrado essencial não
apenas para o diagnóstico, mas também para o monitoramento da eficácia terapêutica
e para a compreensão da patogênese da doença. Esses avanços tecnológicos
possibilitam uma abordagem mais integrada e personalizada, alinhada com os princípios
da medicina de precisão.
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A discussão dos avanços terapêuticos na doença de Alzheimer revela um cenário
promissor, mas também complexo, que tem implicações significativas para a prática
clínica e a pesquisa futura. As terapias farmacológicas emergentes, como o saracatinib,
apresentam potencial para modificar o curso da doença, indo além do alívio sintomático
proporcionado pelos tratamentos tradicionais (Reis & Maria, 2022). Essa mudança de
paradigma terapêutico pode transformar a abordagem ao paciente com Alzheimer,
focando na intervenção precoce e na modulação dos processos patológicos subjacentes.
Ademais, a identificação de biomarcadores específicos permite uma estratificação mais
precisa dos pacientes, possibilitando terapias personalizadas que aumentam a eficácia
do tratamento e minimizam efeitos adversos (Talib, 2014).
A integração de terapias não farmacológicas e complementares emerge como um
componente essencial no manejo holístico da doença de Alzheimer. Intervenções como
a terapia assistida por animais e programas de estimulação cognitiva não apenas
melhoram a qualidade de vida dos pacientes, mas também podem potencializar os
efeitos dos tratamentos farmacológicos (Corrêa et al., 2022). A consideração do estado
nutricional e a implementação de intervenções dietéticas adequadas, conforme
destacado por Goes et al. (2015), reforçam a importância de uma abordagem
multidisciplinar que aborde os múltiplos aspectos da doença. Essas estratégias
complementares podem ser particularmente benéficas em estágios iniciais ou
moderados da doença, retardando a progressão dos sintomas e promovendo o bem-
estar geral do paciente.
No entanto, a implementação dessas terapias emergentes enfrenta desafios
significativos. As barreiras econômicas e regulatórias, especialmente em países em
desenvolvimento como o Brasil, podem limitar o acesso a tratamentos avançados
(Moraes et al., 2013). Além disso, a necessidade de ensaios clínicos robustos que
confirmem a eficácia e a segurança dessas novas intervenções em populações
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
diversificadas. A heterogeneidade da doença de Alzheimer, com variações em
apresentações clínicas e respostas terapêuticas, complica a generalização dos resultados
e exige uma personalização ainda maior das abordagens terapêuticas (Pinho et al.,
2018). Essas limitações apontam para a necessidade de investimentos contínuos em
pesquisa e de políticas públicas que apoiem a inovação e a acessibilidade no tratamento
da doença.
As descobertas desta revisão enfatizam a importância de uma abordagem
integrada e interdisciplinar no tratamento da doença de Alzheimer. Os avanços em
terapias farmacológicas e não farmacológicas, aliados ao uso de biomarcadores e
técnicas de neuroimagem, oferecem novas perspectivas para alterar o curso da doença
e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, para que esses avanços se
traduzam em benefícios concretos, é essencial que haja colaboração entre
pesquisadores, clínicos, formuladores de políticas e a comunidade em geral. Futuras
pesquisas devem focar não apenas no desenvolvimento de novas terapias, mas também
em estratégias para superar as barreiras à sua implementação, garantindo que os
progressos científicos se convertam em melhorias tangíveis na saúde pública.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, S. A. F. de. A doença de Alzheimer e a neuroimagem. UNILUS Ensino e Pesquisa, v.
16, p. 69-78, 2019.
CORRÊA, T. de M.; GONÇALVES, L. C. de O.; MAGALHÃES NETO, A. M.; MELO, A. da R. C. de. O
cão como coterapeuta e os cuidados para a sua atuação em ambiente hospitalar. Europub
Journal of Animal and Environmental Research, 2022.
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
FARIA, A. E. D. de; VAROTTO, B. L. R.; MARTINS, G. B.; NÁPOLE, R. D. C. D.; ANTEQUERA, R.
Terapias alternativas e complementares e seu uso na odontologia: Revisão de literatura. Revista
da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, 2021.
GOES, V.; HORST, J. A. E.; PAGANINI, J.; SILVA, W. C. D.; KHALIL, N.; BONINI, J. Nutritional status
and food intake of Brazilian patients at various stages of Alzheimer’s disease. Revista de Ciências
Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 35, p. 211-215, 2015.
GRINBERG, L. T. Estendendo o espectro das degenerações lobares frontotemporais. 2006.
MARQUES, A. P.; MATSUTANI, L. A.; FERREIRA, E. A. G.; MENDONÇA, L. L. F. A fisioterapia no
tratamento de pacientes com fibromialgia: uma revisão da literatura. Revista Brasileira De
Reumatologia, v. 42, p. 42-48, 2002.
MORAES, E. N. de; CINTRA, M. T. G.; MORAES, F. L. Avaliação do programa público brasileiro
de tratamento da doença de Alzheimer. Geriatrics, Gerontology and Aging, v. 7, p. 14-19, 2013.
NICOLAOU, P.; PADOIN, L. V. O retrato das políticas públicas no tratamento do câncer de mama
no Brasil. 2013.
PINHO, M. M.; NÓRTE, C. E.; GAMA CHAVES, D. N. da; CHARCHAT-FICHMAN, H. Perfil
neuropsicológico típico e atípico na demência de Alzheimer. POLÊM!CA, 2018.
REIS, S. P.; MARQUES, M. L. D. G.; MARQUES, C. Diagnóstico e tratamento da doença de
Alzheimer. Brazilian Journal of Health Review, 2022.
REIS, A. R.; MARIA, C. Saracatinib, em Busca da Cura Definitiva da Doença de Alzheimer.
Boletim da Sociedade Portuguesa de Química, 2022.
Avanços no Tratamento da Doença de Alzheimer: Uma Revisão das Terapias Emergentes
SÁ, C. G.; CARDOSO, K. M. F.; FREITAS, R.; FEITOSA, C. M. Efeito do tratamento agudo do óleo
essencial de Citrus sinensis. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 33, p.
211-215, 2012.
SCHERER, S.; CARRETTA, M. B. Perspectivas atuais na prevenção da doença de Alzheimer. 2012.
SILVA, G. P. R. e; TAMBURY, R. L.; SANTOS, T. E. R. dos; AMORIM, A. T. Não adesão ao
tratamento farmacológico por pacientes diabéticos. ID on line. Revista de Psicologia, 2022.
TALIB, L. L. Biomarcadores na doença de Alzheimer: GSK3B e PLA2 na resposta aos inibidores
de colinesterase. 2014.